Canas OnLine

30/09/2008

Brevemente

"O PCP, como no passado, é favorável à criação do concelho de Canas de Senhorim."

"A nossa prioridade e aquilo que julgamos ser o instrumento político mais ajustado para o desenvolvimento regional é efectivamente a regionalização."



Brevemente, na integra, a entrevista exclusiva ao deputado Miguel Tiago do PCP no portal Canas Online.

Canas OnLine, o portal de Canas de Senhorim

A Ca(u)sa ABRIU...




Slide Fotográfico em: Urgeiriça

Viagem Medieval com calor e sol




29/09/2008

Feira Medieval 08

26/09/2008

Na primeira pessoa


Um dia destes, escapando-me do sol inclemente e dos fedorentos contentores colocados junto à minha casa (nem sei se lhe posso chamar assim pois começo a interrogar-me como vou acabar de a pagar!) efectuei, em vez da pouco convidativa e contra-indicada caminhada, um pequeno passeio pelo Bairro da Urgeiriça, usufruindo a fresca sombra proporcionada pelos frondosos plátanos e tílias dispersos pelas bermas das ruas e jardins.
Já no fim, depois de revisitar o depósito e forno comunitário, sentei-me no muro que contorna o velhinho e de novo abandonado campo de futebol. Ali, à minha frente, a baliza norte, tinha um encanto especial. Era nela que com os colegas realizávamos os treinos de finalização (o muro livrava-nos de ir buscar as bolas à horta do Dias, como era na do lado oposto). Era junto a ela – primeiro feita de madeira em quina viva e depois em ferro redondo- que tirávamos todas as fotografias!
Desfolhando mentalmente o meu livro de memórias, recordei particularmente dois golos que nela se registaram e como nunca mais vi: - Um do velho Portugal contra a “Lufapo”, de Coimbra, num voo rente ao chão, em que, depois de forte cabeçada, ele e bola só pararam quando a rede da baliza os impediu de prosseguir e baterem na barreira; outro do Pirolito contra a Previdência de Viseu, em que num lançamento lateral ele de costas e ainda distante da baliza indica com os olhos onde o colega deveria colocar a bola e repentinamente, sem a deixar cair, em rotação completa, faz um remate espectacular que resultou num golo que deixou todos perplexos.
Enlevado, não me apercebi da aproximação de um contemporâneo que parecendo adivinhar os meus pensamentos, friamente me aconselha: “ Recorda os bons tempos pois daqui a pouco este espaço será transformado. Têm andado por aqui arquitectos e topógrafos e deve estar a ser preparado algum projecto…”.
Triste fim para um espaço de tanta glória (não só do pessoal das minas mas também dos fornos e do desportivo)!
Sem rodeios, se os terrenos fossem meus, teria sempre que admitir a rua rentabilização. Mas, com a crise instalada no sector da construção civil, (lembro que os espaços para preservação da memória estão definidos e alguns já em fase adiantada de execução) pensaria duas vezes antes de gastar fortunas em projectos que tal crise condenaria ao fracasso e inviabilizaria qualquer retorno.
Mas os terrenos são da EDM, esta é maioritariamente do Estado Português e este somos todos nós. E (como disse o Dr. Ginestal e, honra lhe seja feita, sempre o confirmou) tendo esse Estado uma dívida de gratidão para esta terra porque todos nós contribuímos com os nossos impostos para a construção de um país socialmente mais justo e com o nosso trabalho lhe proporcionámos a obtenção avultados proventos, então, porque não dar à terra aquele insignificante hectare de terreno?
Sem dúvida que, para ele, haverá projectos bem mais úteis.
Deixo aqui o meu projecto. Como é gratuito, não liguem à escala nem critiquem os traços. Não sou especialista nem tenho grandes ferramentas! E será sempre para ficar disponível para toda a população.
Mas o que eu gostaria mesmo era daqui a uns tempos poder dizer ao senhor Portugal que, finalmente, um pouco do seu esforço tinha sido devolvido às pessoas que ele tanto estima.
Mais: Gostaria de pedir ao Pirolito para manter a garra que o tem mantido entre nós, na sua luta titânica contra a doença, para no dia em que o campo nos seja devolvido voltar-mos a fazer uma salada de tomate e atum, como tantas vezes fazíamos antes dos treinos.
**
Gentilimente oferecido por:
João Marques
Jornal Canas de Senhorim
**

22/09/2008

Chegou o Outono





O Outono começa hoje quando forem 16:44 em Portugal continental, acompanhado por condições meteorológicas características desta estação do ano
O Outono vai prolongar-se até ao próximo Solstício, que ocorre no dia 21 de Dezembro às 17:04, em Portugal continental.



Com a chegada do Outono, iniciam-se os preparativos da nossa Viagem Medieval, que como sempre se realiza no 1º fim de semana de Outubro, dias 4 e 5.

19/09/2008

Irá Renascer [novamente]

17/09/2008

Foto BC # 4


Depósito de Água - Canas de Senhorim

foto André Jesus





Nomeação das melhores fotos no âmbito da "Melhor Foto da Blogosfera Canense".


A "Melhor Foto da BC" pretende destacar o excelente contributo de todos os "blogers canenses" nesta área específica - a fotografia . Após uma prévia selecção as fotos serão votadas pelos leitores/visitantes do blog.

As fotos nomeadas devem referir o autor, têm que ser sobre Canas e divulgadas na BC.


Veja as fotos entretanto nomeadas aqui

16/09/2008

Quem não se sente...


O que temos na foto "Em Germinação" (em baixo) faz parte dum ambicioso projecto que o presidente sampaio tinha para o país: A independência energética!

Vetos, alterações políticas, obras, tubos no solo...

Pensam que o solo de Canas é como uma vaca, chuparam numa teta e fartou-se de sair combustível nuclear!

habituaram-se ...

agora metem tubos no chão a ver se sai petróleo !
.....................
Horácio Peixoto em comentário ao
Post da Ana Mafalda "Em Germinação"!

António Portugal

“Para os filhos dos homens que nunca foram meninos…”
In; “Esteiros” de Soeiro Pereira Gomes


Quando jovem
Queria abraçar a relva.
Os anos passaram e
Ele continua jovem.

©efeneto
*****
Tudo sobre a Taça Amizade António Portugal integrado nas comemorações dos 75 anos do GDR Canas de Senhorim no seu:
***

Capela Urgeiriça



15/09/2008

Em Germinação

( clic sobre a foto )


A imagem em epígrafe, não tem a pretensão de ser incluída no concurso fotográfico, mas até podia, modéstia à parte!

Trata-se de uma imagem representativa de um elemento " fálico" talvez outrora numa posição invertida, que lançou à terra umas sementezinhas de candeeiro ( Candeeiro eleitoral sp), idênticos aos colocados no Jardim Padre Manuel.

Essas sementes encontram-se em fase de germinação, ainda não romperam o tegumento.
Apesar da espécie ser conhecida desconhece-se contudo, o tempo concreto dessa fase, mas prevê-se que os indivíduos já adultos surjam lá para o fim do Verão de 2009, dois anos após a sua colocação...

Cuidado quando percorrerem os passeios da nossa Pérola Termal, (somente para os que desconhecem a nossa zona, refiro-me às Caldas da Felgueira).

São também aí abundantes, bem como na Avenida da Igreja !?!?

Para os mais incautos os trambolhões apresentam-se como o único perigo mas com consequências imprevisíveis...

Coloco um desafio aos colegas bloguistas, conseguem identificar o local da foto???
Seria até interessante fazer um levantamento do nº de estruturas semelhantes em toda a Freguesia!

12/09/2008

Urgeiriça forever

Sejamos justos. Se frequentemente e com razão damos azo à nossa indignação perante a negligência, a falta de investimento e a displicência que grassa em Canas de Senhorim, não podemos, por outro lado, deixar de assinalar com agrado todo o processo de recuperação ambiental que tem vindo a ser levado a cabo na Urgeiriça.

Barragem Velha, Barragem Nova, Valinhos, Zona Industrial, Zona envolvente, tudo se conjuga para que a Urgeiriça volte a ser o lugar atractivo que já foi e a recuperar completamente das mazelas que a exploração descuidada do Urânio deixou.

Podemos dizer que todo este processo constituía obrigação do estado, o qual, ao longo de anos de exploração, arrecadou lucros incalculáveis, constituindo tal recuperação uma pequena parcela da que nos assiste por direito; podemos dizer que todas as obras juntas não pagam o sofrimento, a contaminação ambiental e as mortes implícitas que daí derivaram; podemos até continuar a reclamar mais justiça para os ex-trabalhadores das minas e a contestar a decisão que entrega o antigo campo de futebol dos “Urânios” à EDM (Empresa de Desenvolvimento Mineiro), o que não podemos é deixar de reconhecer a obra feita e a que está em curso ou negar que, nesta área específica, os fundos do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) chegaram a Canas de Senhorim, mais concretamente à Urgeiriça.

O “site” da EDM em tempos apontava para um investimento de cerca de 20 milhões de euros (actualmente não presta essa informação), dos quais uma parte significativa já foi consignada. Desconheço o(s) protocolo(s) efectuado(s) pela EDM com a Câmara de Asnelas, e lamento não ter a edilidade oportunamente consultado os associados da Casa do Pessoal da Urgeiriça que certamente lhe dariam conta do interesse em manter o campo de futebol, espaço afecto (e afectivo) à Casa do Pessoal e aos ex-trabalhadores. Se assim fosse, talvez as coisas tivessem sido diferentes, ou não, porque é sabido que a EDM através da sua associada EDMI (Empresa de Projectos Imobiliários) vislumbra recuperar parte do investimento da “holding” naquele espaço (e noutros). Espero que, pelo menos, tenham o bom senso de realizar projectos imobiliários adequados e articulados com a simpática arquitectura do bairro dos mineiros, privilegiando a natureza, o ambiente e os espaços verdes.

Quanto aos Valinhos, será com certeza um prazer para todos os canenses poderem dispor de um parque como o idealizado, isto se for dinamizado de uma forma sustentável e a Câmara colaborar na sua manutenção.

Temos de volta, aparentemente, e salvaguardadas as circunstâncias, a Urgeiriça dos anos 60, local que à altura e juntamente com o Caramulo eram das zonas mais aprazíveis da Beira Alta. Fico contente por isso, como diria o outro, já fui muito feliz na Urgeiriça.

Praia Fluvial


As obras avançam.
Reportagem fotografica em:
Urgeiriça

A Ca(u)sa deu uma Casa

Provisório?! Definitivo!?
A ver vamos.
O que interessa é que os ESCUTEIROS
vão abrir esta porta.





Missa Campal na Escola da Urgeiriça.

Sábado dia 27 de Setembro.

11/09/2008

O Caminho Real/Estrada Velha

Antes de existir a estrada real que atravessa o Planalto Beirão desde Santa Comba até Mangualde, que foi unindo todas as povoações e cuja construção se terá iniciado após as invasões francesas, existiam já dois caminhos muito antigos, mais ou menos paralelos, que atravessam também o Planalto e que em Canas passam nos pontos mais altos a norte e a sul. Dum lado, vinda das Terras de Senhorim passa a estrada velha que ladeia o Folhadal, segue aos Carregais e à Pantanha, sobe ao Alto da Cumieira, à Lapa do Lobo e chega aos Fiais mesmo junto à Orca dos Fiais. Do outro lado, a estrada velha que vem desde Nelas (Asnelas na altura) e segue ininterruptamente até à entrada da Póvoa de Sto. António. Depois perde-se no início da estrada para as Laceiras, mas volta-se a encontrar mais adiante seguindo na direcção de Cabanas de Viriato.
O caminho que hoje propomos é exactamente um troço desta estrada que todos conhecem como Estrada Velha da Póvoa ou Caminho Real embora tudo leve a crer que é bem mais antiga que a existência da monarquia.
Os caminhos reais eram as vias de comunicação mais importantes no século XVI, e, segundo o livro “Peregrinatio Hispânia”, de Edme de Saulieu, Abade de Cister, [] que por eles andou em 1632 visitando os conventos da Ordem, estes caminhos seguiam habitualmente o traçado de estradas romanas já existentes. Mas, provavelmente este caminho é bem mais antigo porque à sua beira se encontrou o monumento fúnebre conhecido como a Orca das Pramelas (6.000 aC).
Prova de que este caminho velho foi estrada de romanos, que como se sabe estiveram na Península Ibérica a partir de 218 aC, embora nesta zona só por volta de 80-70 aC, são duas moedas romanas que se encontraram exactamente no desaterro da Orca das Pramelas.
Ainda segundo os relatos de viagem do Abade de Cister, que esteve em Canas e Vale de Madeiros, esta estrada era larga, plana e aprazível, beneficiando em muitos troços de boas vistas e boas sombras. Para quem tinha vindo do Lorvão e passado as serranias do Luso, atravessado rios e córregos a vau e fazendo grande parte do percurso por caminhos “de pé posto”, este caminho devia ter parecido uma auto-estrada.

Este livro, “Peregrinatio Hispânia” pode ser encontrado na biblioteca dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim.

(Maria José Santos; Ana Mouraz) no Jornal Canas de Senhorim, ed. Agosto2005


Orca das Pramelas

foto de LMPRosa


Memória da estrada da Póvoa,
também Estrada Velha ou Caminho Real...
e outras memórias (menos boas)
foto http://canasesenhorins.blogspot.com/

10/09/2008

Foto BC # 3

Rua das Laranjeiras - Canas de Senhorim

foto Norberto Peixoto



Apresentação das melhores fotos no âmbito da escolha da "melhor foto da blogosfera canense".


Qualquer colaborador pode apresentar a(s) sua(s) proposta(s) para que no final sejam votadas pelos leitores/visitantes do blog. As fotos devem referir o autor, têm que ser sobre Canas e divulgadas na BC.


Veja as fotos entretanto seleccionadas aqui

09/09/2008

Memoria comercial




08/09/2008

Borgstena - A esperança

Suecos dão luz verde para reerguer fábrica


A unidade será reconstruída e um conjunto de trabalhadores vai ser distribuído pela rede de empresas que opera em subcontratação com a Borgstena, em Portugal, na Alemanha e na Bélgica. A Administração evita despedimentos.

A Administração sueca que detém a maioria do capital social da Borgstena, a fábrica de componentes de tecidos para automóveis que, anteontem, foi consumida por um violento incêndio, quer voltar a reconstruir a unidade industrial de Nelas. Tal e qual como há dois anos, quando outro fogo, ainda mais devastador, a destruiu por completo.

Foram duas tragédias em dois anos apenas. Mas voltam a soprar bons ventos, que auguram bom futuro para grande parte dos seus 320 trabalhadores.

"Estive em contacto com os administradores suecos e eles deram-nos total o apoio e luz verde para avançarmos com a reconstrução da fábrica", disse ao JN Jorge Machado, da administração da empresa em Portugal. O empresário, que esteve ontem reunido com os trabalhadores, garantiu que a laboração será mantida pela rede de unidades industriais que trabalham para a Borgstena em regime de subcontratações.

"A rede está distribuída por Portugal, Alemanha e Bélgica", explicou, acrescentando que um conjunto de operários de Nelas vai ser distribuído pelas fábricas subcontratadas naqueles três locais.

"Vamos evitar que haja despedimentos. Não queremos que isso aconteça", afirmou Jorge Machado, que anteontem lançou duras críticas contra o plano de coordenação dos bombeiros que combateram o incêndio da fábrica, designadamente lamentando que os meios aéreos não tenham sido activados, como tinha solicitado.

"O fogo veio pelo telhado e nós fartamo-nos de pedir meios aéreos. Eu acho que com a intervenção deles, o incêndio não teria atingido aquelas dimensões. A informação que nós tivemos por parte do comandante dos bombeiros é que não teriam sido autorizados", lembra o empresário.

Confrontado com a questão, o comandante distrital de operações e socorro, César Fonseca, diz que a utilização de meios aéreos "não seria tecnicamente aconselhável".

Ontem, já depois de terminadas as operações de rescaldo, peritos do seguro estiveram no local e testemunharam o rasto deixado pela violência do fogo. "A peritagem que fizeram concluiu que o incêndio destruiu entre 85% a 90% da fábrica", disse Jorge Machado.

A devastação do fogo deu-se numa altura em que Borgstena estava em plena expansão, com o volume de negócios a triplicar e a admissão de mais trabalhadores.

Rui Bondoso em Jornal de Notícias

06/09/2008

Borgstena - Têxtil Portugal (VOLTOU O PESADELO)


Borgstena - Têxtil Portugal (VOLTOU O PESADELO)

A BORGSTENA ESTÁ EM CHAMAS

O pesadelo voltou a Canas e a mais de 300 Famílias. A Fábrica Têxtil Borgstena, na zona industrial de Canas, está em chamas. Estas duas fotos foram tiradas há cerca de 15 minutos a uma distância de mais ou menos 4km da fábrica.


04/09/2008

Será vida de cão?

Medidas gerais de protecção de animais.
CAPÍTULO I
Artigo 1.º
1 - São proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal.

2 - Os animais doentes, feridos ou em perigo devem, na medida do possível, ser socorridos.

Mais uma vez fico indignado com o desrespeito e a falta de senso que os políticos e seus vassalos, aplicam a quem com eles tenta resolver um problema. Na Av. Engenheiro Dionísio Augusto Cunha, junto à Junta de Freguesia, habita este cão que dá pelo nome de Vadio, pelo menos é assim que as minhas filhas e alguns vizinhos o chamam. Este cão como se vê nas fotos, está muito doente, por vezes deixa pequenas manchas de sangue onde se deita, não tem pelo nalgumas zonas do corpo e o caminhar do animal é cada vez mais lento e enfraquecido. A indignação é maior quando, a Junta de Freguesia, GNR, Câmara Municipal, outros colaboradores destas mesmas instituições estão avisados e a todos foi pedido diversas vezes e por variadíssimas pessoas que tratassem do animal, alguns deles viram o estado em que o cão anda e através de sorrisos ou ar de preocupação disseram que vão tratar do assunto.Os meses vão passando e o vadio cada vez está pior.

Já que o animal não pode gritar por socorro, aqui fica o meu grito de revolta!





Tito Mouraz : "Restos e Rastos" - Trabalho fotográfico em exposição


01/09/2008

Cenários

Não estou por dentro dos meandros da política concelhia, portanto tudo o que aqui for escrito não passará de especulação, ainda que as conjecturas possam ter algum grau de razoabilidade.

Certa é a candidatura independente do Dr. Vaz à presidência da Câmara de Asnelas e a recandidatura da actual presidente, Dra. Isaura Pedro. Se o Dr. Vaz avança às apalpadelas, Isaura Pedro parece igualmente jogar à cabra-cega. Assediada no interior do partido, por alguns inconformados que não alcançaram os “tachos” do costume, e confrontada com a possibilidade de Borges da Silva, de quem tudo se espera (mesmo que dali não saia nada), assumir, também ele, uma candidatura à presidência, Isaura Pedro vacila, numa lógica partidária que, como sabemos, não é determinante (Canas pode reequacionar todo o processo). A actual coligação pode mesmo esfrangalhar-se perante o protagonismo de alguns detractores, e consequentemente, vir a perder parte do eleitorado que a confirmou nas últimas eleições.

Quanto à oposição, o PS, na pessoa do seu novo líder, Adelino Amaral, tenta reagrupar as suas tropas, tarefa difícil, pois o velho General, mesmo derrotado, continua a minar, acenando e manobrando nos bastidores à boa maneira dos ditadores da América do Sul. José Correia não se conforma com a reforma política interna do partido (e a dele próprio) e, quem sabe, ainda terá algo a dizer. Esta é a boa notícia para Isaura Pedro, aparentemente não terá que se preocupar muito com a oposição fora do seu próprio partido.

Com quem Isaura Pedro tem que preocupar-se é com o eleitorado canense, e olhem que, ou muito me engano, ou não anda tão distraída quanto parece. É do conhecimento geral que as associações canenses têm sido contempladas com verbas reforçadas e mesmo onde ouve reduções orçamentais estas foram proporcionais, relativamente a outras associações do concelho. Jogando pelo seguro, não vá o povo esquecer-se, gizou para 2009 mais obras “pó de arroz”, como oportunamente Ana Mafalda lhes chamou no seu comentário de 15 de Agosto de 2008: ao que parece a rotunda na estrada nacional vai mesmo concretizar-se e uma boa parte do caderno de encargos apresentado pela Junta de Freguesia irá ter resposta positiva.

Os canenses que não votam cegamente no seu partido, têm uma tarefa difícil: podem alinhar com a posição, por enquanto indefinida, do MRCCS, mas ao que tudo aponta pró-Isaura, assim ela corresponda aos compromissos com a Junta até ao fim do actual mandato, circunstância que a verificar-se aliviará a posição de Luís Pinheiro e do MRCCS – caso contrário não restará outra opção que não o silêncio do líder, confrangedor, de quem, comprometido, sugere sem apontar. Esta ultima hipótese pode mesmo fragilizar definitivamente o MRCCS, Luís Pinheiro sabe disto e, sendo certo que pretende recandidatar-se à Junta, o melhor que tinha a fazer era preservar o Movimento, concorrer a título pessoal, liderando uma lista independente ou apoiado pelo PSD, como quisesse, mas desvinculando o Movimento desta gincana política onde a isenção é difícil e a unidade impossível. Se um Movimento serve para alguma coisa é para se movimentar, livre, sem peias nem ligações perigosas, o Movimento não pode estar constantemente a ser sufragado nas autárquicas, dividindo os canenses e enfraquecendo-se, o MRCCS não é sufragável.

Por outro lado os canenses podem dispersar-se entre a Dr. Isaura, o Dr. Vaz e o indefectível PS que mesmo depois de todo o aleive ainda tem os seus apoiantes (e aqui as eleições seriam um grande quebra-cabeças para toda a gente). Creio mesmo que o Dr. Vaz joga com esta possibilidade, a fidelização de um eleitorado que não se revendo na actuação da actual presidente, independentemente do propalado romance entre esta e o líder da Junta/Movimento, ceda o seu voto à alternativa possível - ele próprio - um canense, que, segundo as suas palavras, já deu provas no passado, ainda que ao futuro (de Canas) nada tenha acrescentado. Continuamos a aguardar o seu compromisso político com Canas, se é que tem algum! (claro que isto é uma provocação à coragem política do Dr. Vaz, bem sei que à leve suspeita de um compromisso, um simples passeio pavimentado em Canas, nem um único voto obteria fora da Freguesia).

Cenário menos provável, mas teoricamente possível, uma espécie de “Ensaio Sobre a Lucidez”, seria os canenses votarem maciçamente em branco ou absterem-se, talvez a posição mais coerente com os princípios de quem defende a autonomia de Canas, de grande impacto simbólico mas pouco realista, pois quer queiramos quer não, a regência continua do lado de Asnelas e muita coisa importante vai decidir-se no próximo mandato.

Não é fácil a escolha dos canenses, e provavelmente ainda haverá mais protagonistas a acrescentar ao palco político onde se irão desenrolar todos estes cenários. Uma coisa é certa, todos sabemos que seja qual for a escolha Canas continuará penando, estendendo a mão envergonhada à caridadezinha que o poder em asnelas decidir promover.

Diria que tudo isto é agonizante. Todos os cenários me parecem inúteis, destituídos de qualquer sentido. A única coisa que me anima é que o Intercidades já para em Fátima! E todos sabemos que ambos estamos no mesmo comboio. Estejamos atentos que a viagem vai ser dura e precisamos de um MRCCS forte e aglutinador.

Excursão á Serra da Estrela - "Impressões" por um Excursionista

Fica em baixo uma cópia integral do primeiro capítulo deste livro escrito por João Miranda de Azevedo e editado em 1916 pelas Oficinas da Ilustração Portugueza.

Nos confins da Beira Alta, quási a igual distância do Mondego e do Dão, encontra-se uma planura ligeiramente acidentada, sobre a qual assenta a antiga vila de Canas de Senhorim. Não é recente a sua fundação. Vestigios de variada espécia, postos a descoberto na parte Nordeste, tais como: alicerces de casas, sepulturas, tijolos, etc., provam uma relativa antiguidade. Mas deixemos a questão arqueológica, que daria margem a um capítulo aliaz interessante, assim como a genealogia.
Estendida na direção Norte Sul, e irregularmente distribuida, acumula as suas casas principalmente junto das estradas.
O escurecido granito beirão, exclusivamente empregado nas construções, imprimir-lhe-hia uma nota agreste e triste, se, a breve trecho não fosse desvanecida pelo alvejar de uma ou outra casa branca, pela verdejante ramaria do arvoredo pitorescamente disseminado nas circumvisinhanças e até no povoado.
Não é possível abranger numa vista geral toda a povoação. Apreciada de longe, apenas resalta á nossa atenção a torre da bela Igreja e um massiço de casas que, ocultando outras aqui e acola permite distinguir o cume dos edifícios mais altos e grandiosos. A visita interna proporcionará ao «touriste» ocasião de observar edifícios importantes, como o Solar Abreu Madeira e outros, um sumptuoso tempo, etc.; dum modo geral, a casaria apresenta uma feição higiénica e moderna, dado o regular pé direito das construções. Possui também digno de menção: Estação Telégrafo Postal, quatro Escolas Primárias belamente instaladas, Farmácia, um grande armazem de Vinhos, bons estabelecimentos comerciaes, casas de hóspedes, garage, alquilaria, etc.
Como prémio da sua privilegiada situação topográfica e não devido a influências políticas que, longe de serem aproveitadas teem sido desprezadas, goza esta antiga vila de óptimas estradas que se cruzam quási ao meio da povoação, ligando-a pelo Nascente com a vila de Nelas de cujo concelho faz parte, pelo Sul com as Calas da Felgueira, pelo Norte com Carvalhal e Vizeu e pelo Poente com a vila do Carregal e Santa Comba; goza além disso do incalculável beneficio da Estação do Caminho de Ferro da Beira Alta.
A índole activa e trabalhadora dos seus despretenciosos habitantes contribuíu eficazmente para a divisão da propriedade - que consídero um bem - para o desaparecimento de antigas casas fidalgas, e nos últimos tempos para a reedificação e construção de casas mais ou menos aparatosas que lhe imprimem um aspecto novo e muito agradável.
Tem uma população bastante grande - quatrocentos e tal fógos - e prevê-se num futuro próximo um regular movimento comercial. E' verdadeiramente produtiva a região.
Nos campos circumvisinhos poderá o visitante observar, além da beleza dos terrenos, uma consideravel fertilidade: Nos lugares baixos cultivam-se com grande proveito: cereais, legumes, fruteiras, etc., e na breve encosta a vinha, cujo produto constitue a principal riqueza da região, tanto pela qualidade como pela quantídade.
Calculam-se em 4:500 hectolitros as vendas anuais edectuadas nesta povoação. O pinheiro, formando a certa distância um vasto circuito, é a arvore predominante, deixando examinar por cima das suas cristas, a Sudeste a Serra da Estrela e a Noroeste o Caramulo.
Canas de Senhorim é a cabeça da freguezia do mesmo nome, que conta cinco povoações algumas quasi tão populosas como Canas. A mais pequena, a uma distancia de cinco quilómetros, é a das Caldas da Felgueira, estancia termal muito concorrida, onde o aquista encontrará, ao lado dum esplendido estabelecimento balnear, um dos melhores hoteis do paiz. Atravessam agora um período de grande desenvolvimento, prometendo nos anos próximos uma extraordinaria frequência, atendendo aos melhoramentos a realisar, que as colocarão ao lado das primeiras estancias do paiz.
A menos de um quilómetro de Canas, ficam as ricas minas de uránio da Urgeiriça, exploradas pela firma Henri Burnay & C.ª. E' digno de minuciosa visita o local, não só por ser aprazível, mas, porque a Companhia aí sustenta em constante actividade máquinas de extracção e trituração do minério, que brevemente tambem iluminarão e ventilarão as minas.
As Caldas da Felgueira e as Minas de Uránio dão á povoação um movimento novo, e constituem lugares dignos de serem visitados por as pessoas que atravessam a região da Beira Alta.